Segue:
CURIOSIDADES DA PESQUISA (19/04)
Por Daniel Menezes (publicado no blog Luis Nassif)
A pesquisa veiculada recentemente pelo instituto Datafolha vem sofrendo forte contestação, já que destoou das demais sondagens publicadas pelos outros institutos. De acordo com o Datafolha, Serra abriu 10% de diferença para Dilma. Enquanto isso, os outros institutos nacionais (SENSUS, VOX POPULI E IBOPE) apontam para um empate técnico. Antes de qualquer tentativa de desqualificação da pesquisa do instituto do jornal Folha, é preciso pensá-la analiticamente.
Na pesquisa por conglomerados, como parece ser o caso da metodologia do datafolha, há o sorteio das regiões aonde os questionários serão aplicados. Pensando tecnicamente, pode ter acontecido um direcionamento meramente estatístico, que levou a uma excessiva concentração de entrevistados nos estados aonde Serra tem votação mais expressiva. Daí o erro.
É válido ressaltar também que devemos olhar, não apenas para a margem de erro, mas também para o intervalo de confiança.
Geralmente, as pesquisas eleitorais apresentam um intervalo de confiança de 95%. Isto significa dizer que, de 100 pesquisas produzidas, 5 cairão fora da margem de erro, trazendo diferenças vão de encontro com a real correlação de forças. Esta é outra explicação técnica para um possível erro.
Porém, na medida em que as pesquisas são repetidas, o intervalo de confiança melhora significativamente, diminuindo a possibilidade dos números oscilarem fora da margem de erro.
Portanto, quando 4 institutos fazem várias rodadas de levantamentos e apenas um destoa dos demais, a tendência desta pesquisa dissonante ter caído naquela pequena possibilidade de estar fora da margem de erro aumenta significativamente.
Se o erro tiver sido, de fato, técnico, acredito que a explicação está aí.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Historicamente, o mercado de pesquisas eleitorais, principalmente em âmbito nacional, contou com pouquíssimos institutos. É neste sentido que é bom ver outras empresas publicando sondagens sobre a corrida presidencial. Sensus e Vox Populi vêm oxigenando este segmento. Esta disputa não nos deixará a mercê, apenas, do que uma pessoa fala. Viva a concorrência! Viva a democracia!
Daniel Menezes – Doutorando em Ciências Sociais
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