Arruda ameaça democratas e garante que fica no governo. "Iremos até o fim", diz
José Roberto Arruda, o governador do Distrito Federal acusado de montar o maior esquema de corrupção que já se viu na capital da República, recebeu hoje à tarde a cúpula do seu partido, o Democratas, jurou inocência, disse que não aceita desfiliar-se e depois, em um breve comunicado à imprensa, garantiu que vai lutar na Justiça para provar que não fez nada de errado."Estamos firmes e iremos até o fim", foi a mensagem deixada por ele.
Nos bastidores, longe dos holofotes, o que se conta é que o governador emparedou e ameaçou os líderes democratas se eles insistirem em expulsá-lo do partido. Segundo se diz, uma boa parte do dinheiro arrecadado ilegalmente por ele e seus secretários no Distrito Federal serviu para "irrigar" as campanhas eleitorais do DEM em outros estados, no ano passado.
Por isso o partido não tomou hoje qualquer decisão, preferindo marcar para amanhã uma nova reunião.
Arruda de fato assustou os seus correligionários, fazendo com que os líderes do Democratas - o presidente Rodrigo Maia, os senadores José Agripino Maia e Demóstenes Torres, além dos deputados Ronaldo Caiado e ACM Neto - se retraíssem, deixassem calados a residência oficial do governador e adiassem uma tomada de posição.
Prova é que agora há pouco, ao portal Terra, o potiguar Agripino disse o DEM vai estabelecer "um debate em torno do assunto" e está "em busca de um consenso".
A leitura certa, exata, é que o partido está em busca de uma saída honrosa (?) para a confusão em que se meteu graças ao seu único governador.
Se expulsá-lo, pode provocar uma reação de consequências inimagináveis.
Se mantê-lo, estará decretando o fim do discurso ético que ensaiava há alguns meses com pouca ou nenhuma convicção.
Um dilema, pois.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...
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